A palavra tem origem grega e significa simplesmente “governo do povo”. Uma definição mais elaborada, possível de ser encontrada em diferentes dicionários, é “a forma de governo em que o povo exerce a soberania ao participar do processo decisório, normalmente, por meio de representantes escolhidos pelo voto”. Entretanto, o momento político atualmente vivido em nosso país nos recomenda a não pressupormos que todos atribuem o mesmo significado simples a essa palavra. Portanto, como nos propomos a estimular a participação consciente dos eleitores no processo eleitoral, cremos ser necessário apresentar nossa compreensão do que seja a democracia. Para tanto, contaremos com a ajuda da História.
Segundo Heródoto, o termo surgiu na cidade-estado de Atenas, cerca de 508 a.C., quando Clístenes deu continuidade às reformas políticas de Sólon e transferiu para os cidadãos o poder decisório da polis. As decisões políticas eram realizadas diretamente, por meio de voto em assembleia popular, a Eclésia, da qual participavam todos os homens livres atenienses possuidores de terras, filhos de pai e mãe atenienses e maiores de 18 anos. A democracia direta ateniense sofreu alguns recuos, principalmente em tempos de guerra, quando oligarcas e tiranos chegaram ao poder, mas persistiu sob diferentes formatos até a conquista de Felipe da Macedônia, em 338 a.C., quando foi extinta. A República Romana possuía algumas características democráticas, por meio da eleição de representantes. Inicialmente, a aristocracia patrícia elegia os senadores e os cidadãos comuns elegiam tribunos que os representavam junto ao Senado. Com o tempo, o aumento da influência dos plebeus levou ao surgimento de um Concelho da Plebe e até à eleição de plebeus para o Senado, dando origem a uma “nobreza plebeia”. O surgimento de líderes populistas levou a diversos conflitos e guerras civis que acabaram por facilitar a transformação da República em Império, com características despóticas.