Quem, de fato, se filia aos partidos políticos?
Por que a política partidária atrai um determinado perfil de pessoas?
Se pudesse resumir isto, eu diria que, geralmente, pessoas de má índole e mal intencionadas são atraídas pelo poder e impunidade que a política oferece. Esta é a opinião de algumas psiquiatras, que afirmam que poder e impunidade atraem sociopatas. Por outro lado, pessoas competentes e íntegras são repelidas pelo ambiente político onde a falsidade e composições imperam.
A delegação ou a “terceirização” da política aos partidos políticos foi um fracasso porque o filtro que deveriam fazer para selecionar, entre os filiados os seus candidatos, não é pautado pelos mesmos parâmetros usados em qualquer processo de seleção, por mais básico que seja.
É mais do que sabido a esperteza de partidos lançarem com candidatos artistas, radialistas, atletas de destaque, participantes de BBBs, etc. Este perfil de pessoas sempre ajuda a eleger outros, que de outra forma não seriam eleitos, como no caso Tiririca que os votos dados ao mesmo serviu para eleger outros deputados federais.
Outra esperteza dos partidos é lançar o número maior possível de candidatos, pois esses mesmo que não se elejam amealharão votos que ajudarão a eleger outros mais votados.
Cabe aos eleitores a escolha dentre os candidatos que chegam a esta fase, já devidamente “viciada”. Em pesquisas pré-eleitorais, para cargos do executivo, isto fica muito claro, pois os eleitores que não sabem em quem votar, ou que votarão em branco ou nulo superam em muito os candidatos mais conhecidos. Este fato é totalmente ignorado pelos partidos e pela imprensa que segue insistindo naqueles que os eleitores não querem,
Os eleitos o são por uma minoria! Isto não seria um problema se representassem os eleitores, seja de forma estatística, seja representando-os em seus anseios. Faça seu próprio teste e pergunte a seus familiares, a seus amigos ou pessoas na rua se são representados pelos políticos atuais.
Geralmente, os eleitos são aqueles que mais gastam em campanhas milionárias ou bilionárias, feitas por especialistas em marketing eleitoral.
A maioria dos eleitores vota em candidatos que simplesmente não são eleitos, pois os votos são pulverizados.
Os eleitores que votam em branco ou nulo poderiam, se desejassem, eleger as maiorias das câmaras legislativas com os melhores candidatos.
Os eleitores que votam na legenda não têm ideia de quem estão elegendo. Se tão somente se dessem ao trabalho de escolher os melhores candidatos de seus partidos, o resultado das urnas poderiam ser radicalmente diferente.
Os eleitores, que optam por não votar pelos mais diversos motivos, não se apercebem que poderiam mudar as maiorias do legislativo, seja municipal, estadual ou federal.
Se tivéssemos, pelo menos uma maioria simples (metade mais um) de parlamentares que, de fato, representassem o povo, os desvios de conduta, a quebra de decoro levariam à cassação daqueles que deixassem de corresponder às exigências do cargo. Mas, sabemos, não é assim. O que impera é o corporativismo, os conchavos.
Além de não ocorrer um autocontrole, os eleitos passam a ter o famigerado “foro privilegiado” e que virou sinônimo de impunidade. O que deveria ser uma enorme vergonha tanto para o próprio parlamento, pela quantidade de casos, como para o STF, pela leniência no processo que acabam por se prescrever. Discute-se se é por pura incompetência ou por conivência, independente do que seja o país não realiza seu potencial.
Como, então, podemos reduzir essas vulnerabilidades ou criar condições para a reversão dessas situações reais?
Aguarde o próximo capítulo… O Processo Eleitoral – A Mudança